segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Eu, Camila Lud indo pro casamento de Marcos e Monique


Tenho desejo.
Desejo de amor, amizade, afeto, carinho, de voltar a andar descalça, na chuva, cabelo molhado, sem chapinha.
Desejo de voltar ao riso sem compromisso, sem intenção,  malicioso e inocente.
Desejo de namorar, sem casar, sem compromisso de viver um amanhã certinho, regrado, limitado.
Tenho desejo do aroma do campo, do sal da praia, do vento da estrada. Ah! Desejo de viajar, todas as viagens sãs, sem nóia ou delírio. Viagens de verdade, não ilusórias.
Acordar com cheio de café de Ibitipoca, numa ótima companhia.
Desejo de uma ótima companhia. Onde estão aqueles velhos amigos? Gordos, casados, chefes de família.
Onde estão os novos amigos? Não os fiz, não tive tempo.
Só tive tempo pro trabalho, marido, filhas, cachorros, papagaios e canários.
Agora tenho desejos antigos ressuscitados nos novos sonhos, desejos guardados nas caixinhas do armário do casamento desfeito. Até abrir todas as caixinhas e reavivá-los....
Mas ainda bem: tenho os desejos, todos os desejos de quem tem amor pela vida,  pela liberdade, pela alegria de todos os gostos e sabores que ela revela. Gosto de pão doce, sem medo da celulite, sorvete de flocos na praça da praia, sol, vento, mar, poeira do asfalto de Manilha. Isto me lembra Búzios e a rua das Pedras. Isso me lembra que preciso retomar a idéia das viagens. E também me relembra a idéia de que  preciso arrumar um namorado pra viajar comigo. Eis o problema que me impede: cadê o namorado sem nóia, sem vontade de parecer sério, mas sério na vontade de compartilhar, abraçar, amar, ser feliz????

domingo, 8 de novembro de 2009

Hoje queria falar do fim do meu casamento - essa relação que perdurou por 11 anos, longos 11 anos de minha vida. Queria lamentar, chorar, dizer do amor que tive e não foi valorizado, do meu luto, da minha perda, da minha tristeza, mas......não posso, não posso prantear o fracasso, prolongar a dor, nutrir o medo da solidão e do abandono. Dane-se o medo, a dor, o pranto, o luto. Quero viver, reviver, começar a viver, ser feliz, de novo, tentar novamente o acerto, ou o erro, que seja,  mas recomeçar. Por isso, não vou falar do fim do meu casamento, mas do recomeço da minha vida. O que passou foi como uma pausa na estrada, ou uma fase que terminou. Tenho de olhar a lua e lembrar que ela é a lua dos amores, olhar o sol e lembrar que ele leva o dourado de corpos prontos a se entregarem ao amor e à alegria de viver. Pisar as águas do mar e lembrar quanta vida encobre suas ondas. Vou mergulhar na luz de um novo dia, uma nova estrada, uma velha história, mas com um novo capítulo. Estou pronta, pronta para recomeçar a contar minha história. Que os próximos capítulos sejam alvos, mansos, mas também feitos de tormentas e trovoadas. Detesto vida monótona, odeio vida mais ou menos, vida que não merece ser vivida. Quero a alegria depois da lágrima, o abraço de adeus, pra um tempo depois matar a saudade num novo abraço de reencontro.  Esta sou eu, sempre, sempre, sempre, um recomeço, um eterno querer e não querer, ser e não ser, simplesmente eu.