segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Somos partes de um mesmo universo, pai e senhor de todos os destinos, de todos os caminhos, mas não nos demos conta ainda que nossas escolhas não se fecham no pequeno invólucro que aprisiona nossa alma imortal. A humanidade é mesmo desumana em suas ambições e desejos fugazes. Não percebe que hoje é só um instante e que em algum lugar do tempo que virá reencontrará os mesmos caminhos cíclicos que traçou, deparando-se que o bom e belo que foi capaz de construir ou com todo o mal que se permitiu espalhar. Precisamos de mais amor, mais compaixão, mais gestos que provoquem ondas de bem e prazer para os outros. A terra é um imenso oceano, onde todas as pedras jogadas provocam ondas de dor e medo ou prazer e alegria. Se formos capazes de olhar ao redor e constatarmos, antes que seja tarde, o imenso mal que estamos fazendo ao planeta e ao universo, quem sabe um dia, ao nos libertamos deste corpo corrompido e pobre, possamos contemplar a luz que, hoje, cegos, somos incapazes de visualizar. Que a paz seja um reflexo de nossa própria conduta e que o amor nos receba pelo amor que somos capazes de espalhar pelo mundo. Compaixão, solidariedade, amor, respeito, carinho, ternura, afago, aconchego, gentileza e paz são palavras tão doces de serem ouvidas. Por que não de serem praticadas. Pensemos nisso todos os dias, em cada gesto, em cada olhar, em cada sorriso. Ciclicamente retornarão ao nosso encontro.
Eu olho nos olhos dos meus cães, a maioria deles resgatados do abandono, e vejo o que poucos seres humanos hoje são capazes de ter: amor e gratidão. Um amor incomum, gratuito, sincero, honesto, desinteressado. Uma gratidão também só possível em seres verdadeiramente puros, desprovidos de nossas vaidades, nosso egocentrismo e essa ridícula mania do homem achar que é senhor de todas as coisas. Acho que a raça humana jamais será capaz do altruísmo de um animal não humano, mas, espero, sinceramente, que possamos ser capazes de pequenos gestos de compaixão e solidariedade, até porque, como dizem os antigos, é dando que recebe. Não compreendo a ingratidão do homem pelo dom da vida, pelo céu azul sobre sua cabeça, sobre o chão que pisa, sobre os rios, mares e florestas que nos foram dados sem que fizéssemos absolutamente nada para recebê-los como presentes de Deus ou da mãe natureza. Não compreendo a indiferença de certas pessoas frente à um olhar faminto, de um homem, mulher, criança ou qualquer outro animal sobre a face da terra. O que essas pessoas esperam da vida, do mundo, das outras pessoas quando a sua vez de sofrer chegar? Rezam pedindo a ajuda de um Deus que nem sei se realmente acreditam, porque Deus é amor, bondade, generosidade, compaixão. Como pedir isso a Ele ou a outro ser, se não são capazes de retribuir? O universo não tem como centro o nosso próprio umbigo. O mundo precisa que as pessoas se mexam, que construam redes de solidariedade e compaixão e se não formos capazes de olhar um cão nas ruas e nos comovermos com sua dor e medo, abandono e fome, tampouco seremos capazes de enxergar no outro mais que um estranho ao qual nada devemos, mas do qual também nada poderemos esperar. Amor gera amor, egoísmo gera egoísmo. Acorda mundo!!!!