sexta-feira, 12 de março de 2010

Vida – eterno entrecruzar de caminhos….

 

Não sei bem porque, mas as vezes, percorrendo nossa estrada, nos encontramos com pessoas magníficas, possuidoras de um dom natural para espalhar amor, carinho, doçura – coisa rara, hoje em dia, mas que,graças a Deus, ainda se pode encontrar – por estes encontros temos que louvar imensamente a Deus, com júbilo e muito contentamento. Noutras vezes, nos deparamos com pessoas extremamente mesquinhas, egoístas, dotadas também de certas características que, ao contrário daquelas outras citadas, só fazem tornar nossa vida um processo de aprendizagem bem mais doloroso e difícil. Infelizmente, estas pessoas têm sido a regra em nossa sociedade – gente intransigente, egoísta,despreparada para doar amor, ternura e respeito; gente incapaz de dividir, de repartir o que têm de bom, mas prontas a revelar, à menor contrariedade, todo o seu conteúdo nefasto e danoso.  Não, não sou maniqueísta, como alguém pode querer rotular-me. Não divido o mundo em bons e maus, fortes e fracos, tolos e sábios, pois cada ser vivo tem sua especificidade, seus qualidades, defeitos, virtus, mas é  quase inquestionável que hoje em dia vigora a lei da selva na selva de pedra. Como diz um velho ditado popular muito citado outrora por minha avó: “se a farinha é pouca, meu pirão primeiro…”, traduzida a  palavra popular, em época de escassez de recursos, o egoísmo impera e domina. Essa a regra do jogo. Essa tem sido a regra em nossa sociedade saída, contraditoriamente, de uma suposta modernidade, que a todos libertaria e tornaria iguais. E entre iguais o que deveria haver é respeito, coisa também rara hoje em dia. É, tenho me lamentado, fazer o que, lamento por mim, por todos, por nós – pobres criaturas vagando neste mundo incerto, inglório e inexoravelmente condenado – resta saber a que nos submeteremos: a um futuro que pode ser mudado, transformado, refeito ou à mesmice do egoísmo, do descaso, do desrespeito, da deslealdade, do medo.